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Cidade de Praia, capital do Cabo Verde, comemora 166 anos de emancipação

A capital do Cabo Verde, Praia de Santa Maria da Vitória, antiga vila da Praia, ilha de Santiago, comemora, em 19 de maio, 166 anos de elevação a cidade. Para celebrar o aniversário, a Câmara Municipal local realiza o Festival da Gamboa, com a presença de mais de 30 artistas, nos dias 17 a 19 de maio. O festival vai homenagear o artista e empresário Heavy H, sob o lema “Pela Paz e Autonomia de Pensamento”. O objetivo é transmitir uma mensagem de paz e reflexão em meio aos conflitos globais, incluindo os acontecimentos recentes na Rússia, Ucrânia e Faixa de Gaza.

Histórico

A cidade de Praia foi o local onde o inconfidente José de Resende Costa (filho) cumpriu pena de degredo (espécie de exílio) pela sua participação na conspiração mineira contra a Coroa portuguesa durante o ciclo do ouro, no século XVIII, em Minas Gerais. Foi igualmente o local em que o neto do patriarca da família Resende no Brasil casou-se com Luísa Silva e constituiu família, deixando o filho Marcelino de Resende Costa – e talvez a filha Ana de Resende Costa – e vasta descendência. Portanto, Marcelino é bisneto do patriarca da família Resende no Brasil, João de Resende Costa.

O arquipélago de Cabo Verde, localizado no Oceano Atlântico ao largo da costa da África Ocidental, foi descoberto pelos portugueses em 1460. Os navegadores entraram no arquipélago pela ilha de Santiago, onde construiriam em torno da zona portuária a primeira cidade em África (Ribeira Grande ou Cidade Velha). Surgia assim um entreposto escravocrata que se tornou ponto de escalada obrigatória nas rotas marítimas entre Portugal, Oriente e Brasil.

Em 1652, surgiu a vila de Santa Maria da Praia, que em 1770 foi transformada em capital do arquipélago. Em 1858, a vila ascendeu ao status de “Cidade da Praia de Santiago”, cujo centro se localiza no planalto (chamado Plateau). Até o século XVIII, o comércio de escravos foi uma das principais atividades econômicas do arquipélago. Posteriormente, desenvolveram-se as atividades agrícolas, comerciais e turísticas.

Com a independência do Cabo Verde em 1975, a Cidade de Praia sofreu um boom demográfico, quadruplicando a sua população em trinta anos com os movimentos migratórios de todas as ilhas (a ilha de Santiago passou a ter metade da população de Cabo Verde). Na capital, convive com as sedes suntuosas dos bancos a simplicidade das mulheres diariamente levando na cabeça as suas hortaliças para vender no mercado central. O turismo é um dos setores que movimentam a economia local e fornece empregos.

Atrações turísticas

A Cidade Velha foi declarada, em 2009, Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO-ONU. Entre os seus edifícios históricos, destacam-se a Fortaleza Real de São Filipe (construída pelo rei Filipe I e restaurada mais tarde com o apoio do governo espanhol); o Pelourinho (triste memória da escravidão); a Igreja Nossa Senhora do Rosário (em estilo gótico manuelino, de 1495, por onde passaram os navegadores Vasco da Gama e Cristóvão Colombo); as ruínas da Sé Catedral e a Igreja/Convento de São Francisco (construção da segunda metade do século XVII).

Também merece ser citada a Rua da Banana, na Cidade Velha, por ser a mais antiga rua construída pelos portugueses na África Subsaariana e nos trópicos, segundo o Instituto do Patrimônio Cultural (IPC). É constituída por “um conjunto de casas simples de planta única construídas de pedra e cal, com uma porta e duas janelas e cobertura de palha”.

Outras atrações turísticas são as praias, utilizáveis durante o ano inteiro, com destaque para as de Boavista e Sal. Complementam o turismo histórico e de lazer o aspecto cultural, principalmente a culinária (cachupa, churrasco de frango, bifes de atum, peixes e frutos do mar) e a receptividade do povo.

 

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